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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tempo Mágico





Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena

10 comentários:

casa de fifia disse...

oi leninha li esse texto com muito prazer, é verdade a gente perde tanto tempo em coisas inúteis,discutindo,vendo TV.
lendo um livro que não gosta,
mas que a miga leu e adorou,ou escutando pessoas vazias,
e que por falta de argumentos brigam.
parabéns pela escolha do texto.
eu acho que estou na metade das minhas jabuticabas.

baci

Ivana disse...

É na simplicidade que encontramos as maiores riquezas, as maiores alegrias, nossas mais doces lembranças.
Escolheu muito bem, Leninha, uma ótima tarde, bjo

O meu pensamento viaja disse...

Leninha , querida, obrigada pelo teu carinho.
Há coisas, confesso, em que o desapego não está bem trabalhado em mim.
Ligo as coisas aos factos, às histórias de vida e aí, não consigo desfazer-me delas. Às vezes, até seria mais prático, mas os objetos ganham estatuto de decor indispensável no palco das minhas memórias. Então, agora que as jabuticabas jã vão para lá de metade, valorizo a minha história como meu tesouro, sendo, de facto, o meu único e intransitável bem.
Daí que o material entra no circuito do espiritual... e também porque, há que admitir, sou vaidosa, mas feliz comigo mesma.
Gosto muito de ti, Leninha.
Beijo

Sandra Puff disse...

Leninhaaaaaaaaaa......

Você estava inspiradaaaaa, eu gostaria muito de ter escrito esse texto.
Maravilhosoooo!!!!
Não é o tempo que nos falta, é a inércia que se instala e nos faz míseros.
Sou igual ao que você escreveu, eu não tenho paciência para o que era para ontem, filas, coisas sem a menor importância, egos bobos...
Minha caríssima, sabias são suas palavras e seus atos.
Vamos aproveitar.
P.S. Adorei seu comentário lá no duplo, se sofrstes, ao menos, sobrevivestes com dignidade e sabedorias.
Um Abraço ai do teu lado...

Cartas de Julieta disse...

Leninha,

Ás vezes, um texto bem escrito vale por uma vida inteira de reflexão. Ótima escolha. Bjs

Hana disse...

Bom dia com alegria maravilhosa Leninha.
Eu sou luz e estou Hana, e reconheço a luz em vc, na verdade reconheço luz e todas as pessoas, só que em alguns seres ainda não deixram manifestar a luz interior.
Depois de ler este post poderoso, ele fica tatuado na alma da gente, sabe Leninha a muito tempo que não perco tempo com muitas coisas, na época que pouca luz eu tinha eu já fui assim como descreve seu texto.Sou uma aprendiz, um ser em construção, a cada dia tento manifestar o melhor de mim, fácil nunca será, mas precisamos ter lucidez para nossa evolução. Leninha estou emocionanado com sua visita sua solidariedade, seu carinho em fim, só posso sentir muita gratidão pelo amor e colinho que senti ao ver seu comentário lá no harmonia, aqui te sigo, te leio e te persigo sempre, sua generosidade é imensa e importante para Hana e sua família. Maravilhosa Leninha sem palavras, aqui estou em sua casa da harmonia tomando meu chá de hortelã, emanando muita energia boa a vc e sua família, vc é especial.A pouco tempo uma miga disse, somos de carne e osso, mas temos que viver como se fossemos de ferro.Eu vi em seu perfil que vc é professora, eu sou profesora de filosofia, história e literatura, sinto que tenho muito a aprender com vc, ser humano maravilhoso.
Com carinho
Hana

Hana disse...

opss professora, rss um errinho!!

Luna Sanchez disse...

Nos vãos da simplicidade cabe o tempo do mundo todo.

=)

Beijos, querida.

Élys disse...

Gostei muito do seu texto e concordo com você.
Beijos e um bom fim de semana.

Aleatoriamente disse...

Preciosa minha que belo teu desabafo.
A vida é tão preciosa minha linda, e a gente precisa viver intensa e verdadeiramente, até o dia que o Senhor Deus desejar.
Admiro e reverencio tuas palavras, também desejo isso para mim.
O amor é o ensinamento e o aprendizado de cada dia, eu aprendo tanto Leninha, desde que me entendi por gente.
Agradeço a Deus “conhecer”, mesmo que virtualmente você, e fazer parte na tua amizade.
Gosto de te saber presente, meu coração gosta e eu agradeço por isso.
O verdadeiro sentimento, não precisa ser tocado, apenas sentido.
Amei seu texto querida.

Beijinho no teu coração.