Esta carta foi escrita por minha sogra,na época em que eu morava na fazenda.Meu sogro,nesta época com quase 90 anos,estava com gripe,não podendo por este motivo supervisionar a limpeza do café e a secagem que era feita em um enorme terreiro,manualmente,com os empregados portando enormes rodos,com os quais rodavam o café para que secasse por igual.
Observem a beleza da caligrafia e o modo educado e fino de se expressar...era uma verdadeira lady a minha sogra.De família tradicional mineira,estudou em colégio de freiras em regime de internato e teve uma primorosa e severa educação.Foi uma grande amiga que tive e me ajudou muito,menina de cidade que eu era,recém casada e recém formada,totalmente inexperiente das lidas de uma casa de fazenda.Eram muitos empregados e empregadas e sem sua ajuda eu ficaria totalmente desarvorada.
A época da colheita do café me fascinava e todas as vezes que meu sogro ia ,em uma caminhonete Chevrolet verde,linda para a época,eu me aboletava na cabine e,feliz da vida,ia visitar as casas dos colonos,coisa rara para eles que não estavam acostumados com as mulheres da família a visitá-los...
E como eu gostava daquelas casas simples,com suas panelas reluzindo e aquela comidinha simples e deliciosa,frango com quiabo e angu,carne de porco caipira,cujo gosto nunca mais consegui encontrar em lugar nenhum,couve fresquinha colhida na hora,sem agrotóxicos,linguiça,frissura(ai que delícia)cabrito ensopado,canjiquinha com costelinha e arroz socado no pilão,... quebradinho,delicioso .
E as sobremesas eram um capítulo à parte:doce de mamão verde,mas muuuuiiito verde,espelhado,ralado,de se comer de joelhos...arroz doce amarelinho,doce de leite molinho e cremoso,doce de goiaba em calda,de figo,uma verdadeira orgia gastrônomica sem preocupações com balança e como diz a amiga Nina,como se não houvesse amanhã...
E os dias corriam assim,preguiçosos,lentos,modorrentos, escorrendo e escorregando em nuvens de ternura e calmaria,sonhos e encantos.
17 comentários:
Os dias não poderiam ser diferentes com essa maravilha de natureza ao seu redor, com tanta fartura. A felicidade que você encontrou nessa casa, nessa família. Muito amável a maneira que se refere a sua sogra, coisa rara e linda de se ver. Temos que ser gratos as pessoas que nos ajudaram de alguma forma, também sou assim, grata a todos que me ajudaram e me ajudam. Muito bonita sua crônica, Leninha, um grande abraço!
Leninha...
Ao vir agradecer tua visita, encontro essa preciosidade,uma Carta Emoldurada, uma Carinhosa e Terna Reverência que é Etiqueta Ornamental do teu Coração,Puro AMOR!
... E depois você vem me dizer que teus barcos há muito já te deixaram? (rsrrsrs...)
Olhe bem, Eles estão ancorados no Cais de Tua Alma Azul!... E Carregados de Sabedorias!!!
Beijos Mil!
Leninha, tão espantosamente maravilhoso o teu texto. Revi-me, inteira, nele!
Tenho saudades gustativas e olfativas e, às vezes, como se um anjo me tocasse, apreendo um odor que me transporta no tempo e no espaço para reviver, por escassos momentos, é certo, percepções que já foram minhas.
Leninha, faças o que fizeres,(senta-te mesmo à mesa do rei),nunca mais degustarás a recordação desses sabores envoltos em mil folhas de saudade.
Beijo da Nina
O que mais me impressionou foi o carinho entre vocês...que lindo!
Beijocas.
Boa tarde, querida amiga Leninha.
Que maravilha de documento...
Ainda bem que vocês guardaram com esmero.
Ela começa a carta, pedindo que Nossa Senhora proteja à todos.
Menina... Quando eu ia pra roça com a minha avó, eu adorava o cheiro do café espalhado pelo chão,enquanto os homens com esse rodo, dançavam com ele de um lado pro outro.
Sobre a comida:
Frango com quiabo e angú... Ah que delícia!! Eu também jamais encontrei sabor igual.
Os doces que você citou, a minha avó os fazia lá em casa. Nossa...
Também nunca mais encontrei nada igual.
O sabor do leite era completamente diferente de hoje.
Essas recordações são muito boas. Em cada sabor, havia os valores afetivos.
Obrigada por essa linda postagem.
Viajei nos sabores da vida.
Fiquei fã da sua sogra.
Tenha um belo fim de semana de paz e alegrias.
Beijos.
Retificando:
Ela começa a carta, pedindo a Nossa Senhora que abençoe à todos.
Amei...
Olá, Leninha! Seja muito bem-vinda ao Palavras ao Vento.
Que linda carta! Adorava passar as férias na casa da vovó. Ela vivia preparando delícias p gente.
Um bjão, querida, e bom final de semana!
Conheço e amo a Glória desde sempre!
Que lindo você ter emoldurado a carta de sua sogra.
Te-la guardado com carinho foi o maior tributo que poderia fazer pela mãe de seu marido.
Lindas lembranças, cheiros, perfumes, cores...
Típico de alguém que foi muito feliz, sem egoismo, dividindo essa alegria com todos.
Quanta honra ser sua amiga e poder partilhar disso tudo.
A letra de sua sogra mostra uma mulher elegante e carinhosa. Mas essa postagem mostra uma mulher sensível e querida demais.
Beijos amiga, fico feliz em ver você lá no samambaia, obrigada sempre.
Um abraço meu!
Leninha, vim conhecer seu blog e agradecer-lhe a visita... percebo que vc gosta de filmes, eu tbm sou apaixonadas por eles...Legal a forma que está guardada essa carta, é um documento histórico, quando podemos conhecer um pouco dos costumes da época.. prazer em conhecê-la, volte sempre... bom fds...bjos..
Leninha, obrigada por suas palavras. Fico muito feliz que tenha gostado do meu poema do Dia dos Professores. Fique à vontade para publicá-lo. Um grande abraço, obrigada pelo carinho, bom fds
OI MINHA DOCE AMIGA!
PASSEI PARA TE PARABENIZAR PELO NOSSO DIA E ME DEPAREI COM ESTA RIQUEZA TODA: LEMBRANÇAS DOCES E ENCANTADORAS, DAQUELAS QUE NUNCA SE APAGAM!!!! LINDO DE VIVER!
PARABÉNS PELO DIA DO PROFESSOR, ESTA TAREFA TÃO ÁRDUA MAS TÃO LINDA DE EDUCAR!
BEIJINHO
Querida amiga do meu coração, que postagem mais linda! Fico feliz que vc teve uma sogra maravilhosa, amiga e que te ajudou. Você nem imagina como sou louca por canjiquinha com costelinha. Nossa muito bom! Boa semana. Carinhos
Minha querida,
Mas são tantas as delícias, que agora compreendo o porquê dessa tua constante alegria.
As lembranças florescem com cada passo que dás nos passos dos dias! Esses dias na fazenda...a apanha e preparação do café...o tempo, os campos, as visitas com esses cheiros que ainda hoje dormem na tua memória...fazem perdermo -nos no tempo!
E essas delícias! Foi mesmo para provocar a insipidez de tudo o que consumimos hoje!
Como te entendo!
E ter uma sogra assim...é muito especial!
Fico com os teus cheiros da mocidade. E os teus caracóis de menina!
Abração!
Leninha,
Que linda letra nessa carta, que recordação preciosa você tem.
A sua bondade e amor pelo próximo, você passa atravès da tela do computador. Imagino você visitandos os colonos.
Essas comidas todas que você relacionou, eu comi e sinto muita saudade.
Recordar é viver! Beijos
Linda recordação !
Saudaçoes
Leninha, que post bom de ler! Que sensibilidade ter emoldurado a carta. Eu também amei e admirei muito a minha sogra.E creio ser amada, como sogra, pelo meu genro e pela minha nora. Não pare de escrever!
Beijo.
Leninha, que post bom de ler! Que sensibilidade ter emoldurado a carta. Eu também amei e admirei muito a minha sogra.E creio ser amada, como sogra, pelo meu genro e pela minha nora. Não pare de escrever!
Beijo.
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