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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

elisa lucinda

Quando me perguntam depois de "Ó que lindos olhos"... Esses olhos são seus?" Me sinto como se perguntassem se o sol é rei mesmo ou uma espécie de lâmpada de mil Me sinto constrangida como se tivesse sido possível a alguém alguma vez confundir lata de goiabada com fruta de pé. me sinto velha virada há milênios Aniversariada por várias civilizações e nada esqueci. Me sinto madura madeira escaldada pra lá destas idades do agora. Sou dos longínquos tempos de goiabeiras mangueiras, formigas cabeçudas tanajuras de umidade, baratas cascudas e canaviais nos quintais Sou ainda mais na magia do que havia nesses anais, sou do tempo em que era bom nascer com olhos de esmeralda e a artista a ser cumprimentada era a mãe-natureza pela proeza de olhos ser olhos e lente ser lente. Sou do tempo em que eu era toda realeza e com certeza não se compravam olhos em shoppings, meus deus. Sou do tempo em que meus olhos Só podiam ser meus. Início desta página 25/05/2006

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ser mineiro

Ser mineiro é dizer "uai" ,
é ser diferente , é ter marca
registrada , é ter história.

Ser mineiro é ter
simplicidade e pureza ,
humildade e modéstia ,
coragem e bravura ,
fidalguia e elegância.

Ser mineiro é ver o nascer
do sol e o brilhar da lua ,
é ouvir o cantar dos pássaros
e o mugir do gado , é sentir
o despertar do tempo e o
amanhecer da vida...."

Seio de Minas

Patria Minas

lumiar

o sal da terra

paisagem da janela

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

São Tiago

Café com biscoito

São Tiago, fundada em 1750 e localizada a 40 km de São João Del Rei, com cerca de 11 mil habitantes, é conhecida como a cidade do biscoito. Ao caminhar por suas ruas tranqüilas, pode-se encontrar inúmeras lojas que vendem as mais diversas variedades de biscoitos, além do tradicional feito com polvilho. Os vendedores incentivam a degustação de seus produtos, que se encontram dentro de potes ao lado de uma garrafa térmica com café.
Anos e anos atrás, quando comboios, manadas de gado, caravanas e tropas vindas do Rio de Janeiro transitavam por São Tiago rumo ao Triângulo Mineiro e Goiás, as sinhás moças e as escravas eram as responsáveis pelo feitio das quitandas nas fazendas. Quando o viajante parava na cidade para esticar as pernas, sempre lhe era oferecido o “café com biscoito”. Com o tempo, apesar da diminuição do tráfego, as receitas de biscoitos continuaram sendo passadas de geração em geração e ganharam outros Estados.
Hoje os biscoitos de São Tiago são achados em mercados no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e interior de Minas Gerais. O município, que conta com mais de 50 produtores, alguns instalados em garagens no fundo de casa e outros em grandes fábricas, produz mensalmente 240 toneladas de biscoitos, gerando mais de 1.000 empregos diretos – 10% da população local – e 200 indiretos.
A origem da palavra biscoito significa assado duas vezes. Surgiu da necessidade de se conservar o pão por mais tempo. Já a expressão “café com biscoito” deve ter surgido em São Tiago, tamanho o apreço de seus moradores por esta combinação. O café com biscoito é servido em todos os cantos da cidade, nas mais diversas ocasiões, de casamentos a batizados, de aniversários a velórios.

A Assabiscoito

No coreto da praça central em São Tiago, funciona a Assabiscoito, uma associação dos produtores de biscoito da cidade. Além de auxiliar a venda e compra da produção local por outras comunidades, a associação organiza anualmente, no mês de setembro, a “Parada Café com Biscoito”, uma festa de rua que inclui degustação de biscoitos, shows e uma parada que ilustra a história da cidade.
  • Assabiscoito: Coreto da praça central – (32) 3376-1636

B.H.

Saborosa votação

O evento mais esperado de Belo Horizonte pelos amantes da gastronomia é o Comida di Buteco. Durante 31 dias, geralmente em meados de abril e maio, a população roda a cidade e, de botequim em botequim, avalia tira-gostos criados especialmente para o festival.
O Comida di Buteco nasceu durante a festa de fim de ano da extinta Rádio Gerais. Eduardo Maya, realizador do programa Momento Gourmet, propôs à diretora comercial da rádio, Maria Eulália Araújo, que realizassem um concurso de botecos a fim de divulgar a culinária de raiz.No ano 2000, quando 10 botecos disputaram o título de melhor tira-gosto de Beagá. Na edição de 2007, o festival agregou 41 estabelecimentos que disputaram a preferência do público. Botequeiros de toda a cidade circularam pelos estabelecimentos participantes, pedindo o tira-gosto concorrente, e votando com notas de 0 a 10, nas categorias de melhor tira-gosto, atendimento, higiene e temperatura da cerveja.
Uma opção alternativa para conhecer de uma só vez os vários botecos participantes é participar de caravanas que acontecem aos sábados. O dentista Leonardo Lanza é o responsável pela Caravana do Negão, que existe há três anos e possui cerca de 30 entusiastas. Quem se inscreve na caravana tem assento assegurado em um ônibus que circulará por 12 botecos. No preço da inscrição estão incluídos todos os tira-gostos a serem provados, além de uma camiseta. Um dos momentos mais esperados do Comida di Buteco é a festa de encerramento, batizada de Saideira. Durante quatro dias de festa, o público pode provar todos os tira-gostos concorrentes num único lugar. Há ainda atrações culturais e shows de música ao vivo. Além disso, é durante a Saideira que é anunciado o nome do boteco vencedor.

Os grandes vencedores das oito edições do Comida di Buteco

Todos os tira-gostos que concorreram ao Comida di Buteco pertencem ao cardápio fixo dos estabelecimentos, podendo ser provados em qualquer época do ano.
2000 – Bar do Careca
Um dos raros botecos que participou de todas as edições do Comida di Buteco. Localizado no bairro da Cachoeirinha, o Bar do Careca, inaugurado em 1985, ganhou a primeira edição do festival com o tira-gosto “Língua no Molho”.
2001 – Antonius Bar e Petisqueira
Inaugurado em 1993, o Antonius Bar e Petisqueira está localizado na Savassi, nas proximidades do “tobogã” da Avenida Contorno. Especializado em petiscos alemães, o boteco foi premiado com o primeiro lugar com a “alada Alemã” que consiste em salada de batatas com salsichões.
2002 – Mercearia do Lili
A antiga mercearia de bairro é atualmente um dos botecos mais disputados da capital mineira. Situado no bairro Santo Antônio, a Mercearia do Lili tem como peculiaridade um ritual: Dias, o proprietário, tem o costume de colocar o primeiro pedaço do tira-gosto na boca do cliente. Em 2002, o boteco venceu o festival com o “Costela de Boi Sem Osso”.
2003 – Bar do Careca – O Pescador
Situado na zona norte de Belo Horizonte, no bairro Floramar, o Bar do Careca – O Pescador é, como bem diz o nome, de propriedade de um pescador careca. Amarildo é especialista em tirar espinhas de peixe. Pensando nisso, ao participar de seu primeiro Comida di Buteco, em 2003, concorreu com o “Traíra sem Espinha”, ganhando o festival.
2004 – Bar do Zezé
Assim como a Mercearia do Lili, o Bar do Zezé funcionou durante muitos anos como mercearia. Porém, com a chegada das grandes redes de supermercado ao bairro, Zezé redirecionou seu negócio para a venda de cerveja e petiscos. A mudança deu tão certa que hoje o Bar do Zezé é um dos mais queridos botecos do bairro do Barreiro de Baixo. Em 2004, o estabelecimento venceu o Comida di Buteco com o tira-gosto “Carne com Jiló e Angu”.
005 – Casa Cheia
Situado dentro do Mercado Central de Belo Horizonte, um dos principais pontos turísticos da cidade, o Casa Cheia foi fundado em no final da década de 70. Em seu cardápio há inúmeros tira-gostos feitos com ingredientes da culinária mineira. Em 2005, o boteco venceu o festival com o “Mineirinho Valente”, que consiste em canjiquinha com queijo, lombo defumado, costela desossada, lingüiça caseira, e folhas de espinafre.
2006 – Bar do Zezé
Único bicampeão do Comida di Buteco, o Bar do Zezé venceu a edição de 2006 com o tira-gosto “Trupico Mineiro”, criado a partir dos ingredientes favoritos do Zezé: feijão, pé de porco, costelinha, lingüiça defumada, mostarda refogada, farinha torrada e torresmo.
2007 – Bar do Véio
O nome do bar é uma homenagem a Seu Célio, pai dos quatro irmãos que administram o negócio, cujo apelido é Veio. O boteco, localizado no Caiçara, foi inaugurado em 1986. Na época, contava com 13 mesas. Hoje são 50. Na edição de 2007, o Bar do Veio ganhou o Comida di Buteco com o tira-gosto “Come Quieto”, feito com cabeça de lombo, creme de legumes, molho de abacaxi com hortelã, e batatas.

Comida di Buteco
Para maiores informações, checar o site:
www.comidadibuteco.com.br

Onde Comer

Bar do Careca
Rua Simão Tamm, 395 - Cachoeirinha (31) 3421-3655
Antonius Bar e Petisqueira
Rua A

Tiradentes

“A pressa é inimiga da refeição”

Numa placa pregada em seu restaurante, está escrito seu lema: “a pressa é inimiga da refeição”. Elizabeth Beltrão, a Beth, é a proprietária do restaurante Viradas do Largo, um dos melhores do país com especialização em comida mineira.
Beth, cabelos curtos, encaracolados como os de anjinhos barrocos, nasceu em Passos, Minas Gerais. Após deixar seu emprego de analista de sistema na Açominas, mudou radicalmente o rumo de sua vida. Sem perceber o quanto talentosa era na cozinha, abriu um restaurante em Tiradentes sem ter a menor noção de como funcionava um estabelecimento gastronômico.
“A casa tinha poucas mesas e nem sequer possuía cardápio. O cliente me perguntava o que eu tinha para servir e eu perguntava de volta o que ele queria comer. Se pedisse um prato que não sabia fazer, consultava um livro”, conta com olhos atentos, revelados atrás dos óculos de aro colorido. E assim, bem devagarinho, no estilo mineiro de ser, Beth foi aprendendo a cozinhar.
Mas um dia entendeu que não poderia mais continuar sem cardápio. Visitou alguns restaurantes para saber o que serviam e elaborou seu menu: frango com ora-pró-nobis, frango com quiabo, e frango ao molho pardo. Logo percebeu que muitos clientes pediam tutu e tropeiro e decidiu incluí-los. Agora que seu cardápio estava pronto, bastava aperfeiçoar cada receita. Foi o que fez. Em breve, seria congratulada como estrelas no Guia 4 Rodas.

Dificuldades

Entretanto, quando abriu seu restaurante, nem tudo era tão fácil assim. “Quando cheguei à cidade, não havia mão-de-obra, apesar do alto índice de desemprego no país. Fui pesquisando e percebi uma acomodação natural entre os moradores da cidade, por não precisarem de quase nada. Possuíam casa própria e não precisavam gastar com ônibus. Se fossem ao vizinho, conseguiam um prato de comida; o amigo oferecia a cachaça. Não havia necessidade de assalariados”. Depois de muita procura, Beth finalmente conseguiu empregar ajudantes de cozinha. Na relação com o pessoal, ela foi aos poucos se deparando com outra dificuldade: a questão do auto-estima.
“Ao empregar alguém, percebia que havia um certo medo quanto à minha pessoa. O funcionário achava que eu, a Beth famosa, dona de restaurante, não ia conseguir ficar do seu lado e criava uma distância imaginária entre nós. Talvez fosse a mesma sensação que teríamos diante do presidente da República:- “Ôpa, esse cara é famoso; ele não deve estar nem aí para quem eu sou”. Com muita paciência e um pouco de psicologia, ela foi aprendendo a lidar com o problema. Trabalhando lado a lado, na beira do fogão, e compartilhando o gosto pela cozinha, Beth conseguiu criar um clima de confiança e deixar de ser um bicho papão. “Hoje estou muito satisfeita com minha equipe. Todos estão comigo há muito tempo e nos conhecemos um ao outro como a palma de nossas mãos”.

A comida de Minas

A comida mineira é uma mistura da antiga comida de fazenda com a comida de tropeiros. Enquanto a primeira era baseada em ensopados, em caldos acompanhados de angu e couve; a segunda era feita com produtos secos, duráveis, transportados em lombo de burro, como feijão tropeiro, carnes secas e doces em barras.
A comida mineira servida no restaurante Viradas do Largo valoriza o sabor, o aroma, o cozinhar em fogo baixo, com calor proveniente da lenha que aquece as panelas de pedra. A comida é simples e honesta, feita com ingredientes colhidos na horta que fica no fundo do quintal. Basta olhar pela janela e o cliente enxerga ora pró-nobis, couve, agrião, azedinha, manga, salsinha, cebolinha, banana, amora, lima, pitanga, limão.
No restaurante de Beth, num típico final de semana, é comum ver as pessoas se aconchegarem em torno de uma mesa repleta de gente: o patriarca na cabeceira e as crianças brigando para ficar ao lado da mãe. O pedido do prato só acontece depois de muita conciliação entre todos. Afinal, cada um querer pedir uma coisa, mas a comida mineira é farta farta, generosa, que consegue satisfazer toda a família. A comida sempre chega fervilhando à mesa. Só assim causa consegue causar um “calorzim” em quem a degusta. É preciso soprar a comida antes de ser levada à boca, fazer biquinho, tentar esfriar o caldo, o angu, o tutu. A concha, essencial na comida mineira, é usada uma, duas, três vezes pela família. Por causa do seu gosto insuperável, sempre haverá o repeteco. Depois de expirações de satisfação, chegam os doces, o café com rapadura, os licores.
Para Beth, a comida mineira é gostosa porque se baseia na harmonia entre os que a fazem e os que a comem. Por isso, ela faz tanta questão de circular pelo salão. De avental amarrado na cintura, é atenciosa com todos, seja tirando os pedidos ou ajudando a servir seus deliciosos frangos ensopados, porções de mandioca e lingüiça, caldos de feijão, tropeiros com lombo, tutu com costelinhas, couve, caipirinhas,...

Cadernos de Receitas

Em Minas, ainda existem algumas mães que preservam o costume de passar as receitas para as filhas, copiadas em cadernos de capa dura. No futuro, já acrescido de receitas xerocadas ou recortadas de revistas, o caderno será repassado para a próxima geração. Ou então poderá ser copiado por uma prima ou sobrinha. Muito pode ser dito de uma mulher através de seu livro de receitas. As escolhas, as manchas de manteiga nas páginas, os resquícios de farinha de trigo, o cheiro do papel, tudo irá falar um pouco sobre aquela pessoa e seu amor pela cozinha.

Onde Comer

Restaurante da Beth
Rua do Moinho, 11 (32) 3355-1111

Drummond

As montanhas escondem o que é Minas
Ninguém sabe Minas
Só os mineiros sabem
E não dizem nem a si mesmos o
Irrevelável segredo chamado Minas.

minas

Cadernos de Receitas

Em Minas, ainda existem algumas mães que preservam o costume de passar as receitas para as filhas, copiadas em cadernos de capa dura. No futuro, já acrescido de receitas xerocadas ou recortadas de revistas, o caderno será repassado para a próxima geração. Ou então poderá ser copiado por uma prima ou sobrinha. Muito pode ser dito de uma mulher através de seu livro de receitas. As escolhas, as manchas de manteiga nas páginas, os resquícios de farinha de trigo, o cheiro do papel, tudo irá falar um pouco sobre aquela pessoa e seu amor pela cozinha.

domingo, 5 de dezembro de 2010

mercado central

Quem deseja conhecer a Minas que só os mineiros sabem, deve ir ao Mercado Central de Belo Horizonte. O local é ponto de encontro deste povo que, conforme os versos de Fernando Sabino, “Não dá ponto sem nó. Não conversa, confabula. Não combina, conspira”. Em um passeio por seus corredores labirínticos, é possível vivenciar algumas das tradições mineiras: escolher um queijo curado pelo som emitido, beliscar uma porção de fígado acebolado com jiló, saborear um pedaço de abacaxi no espeto, conhecer o ora-pro-nóbis e a taioba, e escutar palavras ditas com diminutivos e frases acrescidas de “uai”, “sô” e “trem”.

mercado central

As