SEJAM BEM VINDOS!!!


terça-feira, 29 de novembro de 2011

COLÉGIO SANTA MARCELINA__ MURIAÉ__   MINAS GERAIS



Meu pensamento viaja ao passado e vai ao encontro de uma menina de nove anos,falante,alegre e extrovertida,vestida de azul e branco,saia pregueada e blusa de fustão branco,prestes a entrar em seu novo colégio,para fazer a quinta série...quantas esperanças em relação àquele que seria o seu rumo e seu compasso,durante os próximos oito anos de sua vida...Colégio Santa Marcelina...as iniciais na gravata que ela,orgulhosamente,portava...o sonho, em sua cabecinha,menina já com responsabilidades de mulher:cuidar da irmãzinha mais nova,levá-la à pracinha,pentear-lhe os longos cabelos,contar-lhe as histórias do livro que era seu maior tesouro e que o avô/padrinho havia trazido do distante Rio de Janeiro(ainda não havia asfalto e o avô morava em Manhumirim/MG)e,depois que ela dormia embalada por suas histórias,ler mais algumas esperando o sono chegar ou a mãe:"menina,trata de dormir prá acordar cedo amanhã!",,,e o livro tinha que ser deixado de lado,com um enorme pesar.Nunca foi de muito dormir,naquela época,sua cabecinha era um turbilhão de ideias e sempre um sonho:crescer e ser uma escritora.
       O colégio lhe parecia o fio condutor de suas esperanças,fez a quinta série com facilidade,logo aprendeu todas as lições do livro "Preparatório  ao alcance de todos",com exceção da MATEMÁTICA,que se chamava ARITMÉTICA e era o seu BICHO-PAPÃO...tinha pesadelos, com números a atacá-la,sofria na época das provas, como se fossem um vestibular...e a mãe ameaçava:"se não passar de ano,vai sair do colégio e vai para a cozinha!!!!''.Tomou horror de fogão e de cozinhar...
       Mas,chegou o final do ano e suas notas foram brilhantes...até na malfadada aritmética...e passou para a primeira série ginasial...e se encantou com as matérias novas:Latim(O latim do ginásio--Prof,Vandick da Nóbrega)
Este foi o livro que mais a FASCINOU,parecia a chave de todo o conhecimento e,empolgada,o lia e as colegas não lhe alcançavam o entusiasmo,não entendiam o que se passava em sua cabeça.Depois os outros a encantá-la:o de Francês,o de Inglês ,o de História Geral, e  o de História do Brasil  e o de PORTUGUÊS.!!!

      E mais,escreverei de outra feita.






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COLÉGIO STA MARCELINA
PÁTIO DO  COLÉGIO  SANTA  MARCELINA

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A minha homenagem aos queridos Ricardo e Regina,pessoas que surgiram há bem pouco tempo em minha vida,mas que me dão a impressão de nela estar há décadas.
Muita paz para vocês,meus queridos.E viva a vida!!!

Post de Ricardo e Regina...GENTE QUE BRILHA (Fátima Guerra) Há pessoas cuja alma é feita de luz, que transformam palavras em brilhos, sentimentos em estrelas, que acendem raios de sol com um sorriso... Há pessoas que iluminam nossa vida, assim como uma farol nas noites escuras, como um amanhecer depois dos temporais... Há pessoas que são inesquecíveis, que passam e deixam marcas luminosas em tudo o que tocam, principalmente quando tocam um outro coração. Assim são vocês, amigos queridos, Ricardo e Regina, e todos aqueles que, mesmo não estando ao meu lado exatamente, do lado de dentro das minha melhores emoções. Agradeço a todos e a cada um de maneira particular.Estejam certos de que estão escrevendo paginas iluminadas dos meus dias.Beijos, Fátima Guerra (Mellíss)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nana Caymmi e Dorival Caymmi - Acalanto (Original).wmv

Todos dormem e só se ouve o barulho do teclado,enquanto digito...e as lembranças vão chegando,acionadas pelo "todos dormem"...
Aos quinze anos,sonhos povoavam sua mente de menina moça,recém saída da infância e já pensando como mulher,numa época em que se amadurecia cedo para as labutas domésticas,mas se era considerada menina para frequentar os bailes da vida...o pai,carinhoso e protetor era severo em se tratando das diversões,tão normais para as outras meninas de sua idade...e aos seus pedidos e argumentos"-Todas as minhas amigas vão,pai",a resposta era sempre a mesma:-"Você não é todo mundo",e não se podia retrucar,falou,tá falado...ninguém se atrevia a
responder aos pais naquela época.E foi naquela época que nasceu o irmão caçula e ela foi promovida a mãe,sem parir.
    E,é desta época,também,a lembrança da música de Dorival Caymmi,Acalanto,fio condutor destas reminiscências...para ninar o irmãozinho,era esta a melodia preferida e,mais tarde,os filhos que vieram.
   

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tempo Mágico





Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

EU SEI,MAS NÃO DEVIA

Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)

Marina Colasanti
nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.


ARNALDO NOGUEIRA JUNIOR

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Finados


O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca.

É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.

Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.

Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos".

O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.

Mons. Arnaldo Beltrami – vigário episcopal de comunicação
Fonte: http://www.arquidiocese-sp.org.br



RÉQUIEM

Não pensem que dormito além dessas estrelas...
Tudo mudou de cor, de forma, já não sinto medo.
Continuo a viagem em busca de tantos mistérios...
Deixo pra trás a dor, a ansiedade e o degredo.
Vôo livremente agora pelo espaço; e o invólucro,
Que prendia minhalma, me mantendo encasulado,
Se rompe... me dá ciência de que valeu a pena,
Ter mantido a fé para que eu fosse libertado!

Todos os dogmas que se lavraram em mim,
Se afiançam agora, como verdade absoluta,
Quando me prostro aos pés do Pai Onipotente,
Que me acolhe, que me abriga, que me escuta.
Reencontro irmãos que me foram tão queridos...
Quem imagina que a morte é o fim, comete engano...

A vida nos lapida, nos prepara para essa partida,
Novos patamares nos elevam pra mudar de plano.
Pelas lições Divinas que sempre me guiaram,
Pra não errar o caminho em direção à luz,
Me dão a certeza de que fiz tudo certo,
E meu prêmio agora é o encontro com Jesus!

Autora: Mírian Warttusch