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domingo, 15 de janeiro de 2012

Temple Grandin /Belíssimo filme



Longe de ser dramalhão biográfico cheio de clichês, Temple Grandin emociona, diverte e reconta uma história incomum, cujo final feliz depende, exclusivamente, dos resultados obtidos por uma autista que se tornou Doutora e expandiu horizontes para milhares.
por Fábio M. Barreto, de Los Angeles
Quando Temple Grandin se vê diante de um estímulo, ela responde de forma diferente que eu ou você. Sua mente busca referências, mostra imagens e exemplos concretos do assunto tratado, seja uma mera menção a sapatos ou a mecânica envolvida no ato de se abrir um portão. Sua mente funciona de forma concreta, logo, evoluiu na direção da obtenção de resultados como conclusão de qualquer idéia. Ela é incapaz de abstrair. Ela é uma respeitada especialista na engenharia agropecuária. Ela é autista. Diagnosticada com autismo em meados da década de 50, quando ser autista significava ser internado sem expectativas de melhora, a Dra. Temple Grandin trilhou um caminho improvável e, em fevereiro de 2010, ganhou uma telebiografia produzida pela HBO e estrelada de forma brilhante por Claire Danes. Assim como a mente concreta de Temple, tantas variáveis positivas levaram a um resultado palpável e incontestável: o Emmy de Melhor Filme, na noite de ontem.
Felizmente, conheço essa pequena obra-prima da televisão há um tempo. Desde fevereiro, para ser exato. Assisti à estréia de Temple Grandin, na HBO norte-americana, sem querer e fui surpreendido pela fisionomia transformada de Claire Danes, sempre com sua aura de princesa medieval ou personagem deslocada de um romance shakespeariano. Claire era outra pessoa, alguém atípico. Hora e meia depois, chorava copiosamente em frente à TV. Totalmente afetado pela história, mas, acima de tudo, orgulhoso pelas disposição e bondade presente nas pessoas que permitiram a Temple uma vida plena, a começar por sua mãe, vivida por Julia Ormond; e pelo apaixonante trabalho de David Strathairn, um ator de mão cheia e poucos louros pela grande imprensa, sempre carismático e competente em seus filmes.
Por conta de grande discussão sobre o autismo e suas possíveis razões, que inflamou a imprensa norte-americana em 2008, rendendo até mesmo uma capa da revista Time, li muito sobre o assunto. Entretanto, analisava-se apenas o aspecto social e científico dessa condição. Pouco aprendi sobre a natureza do autismo. Poder ver, compreender e mensurar os efeitos desses elementos na vida de uma pessoa, de forma tão inesperada, teve seu efeito e, instantaneamente, passei a admirar o filme e o assisto pelo menos uma vez por semana. Tudo graças ao sistema On Demand, que a Time Warner oferece aos assinantes HBO. É cômodo e embutido na mensalidade, até poder comprar o DVD. Gostei tanto que cantei essa bola diversas vezes ao recomendar esse filme, especialmente durante as gravações do RapaduraCast. É um filme que deve ser assistido, assimilado e aprendido.
O cinema e a TV estão repletas de [ótimas] histórias de superação racial, dramas pessoais, vitórias contra as improbabilidades, entretanto, a maioria delas deixa como legado seus ideais e suas jornadas. Temple Gradin tem um resultado tão concreto quanto sua imaginação, uma vez que sua relevância para os mundos médico e acadêmico é mensurada e existe única e simplesmente por suas realizações. Sua contribuição para a engenharia agropecuária lhe garantiu suporte para conquistar respeito profissional, independente de sua condição, e a partir daí construiu uma reputação como defensora dos direitos animais e porta-voz fundamental para pais e mães cujos filhos sofrem desse mal.
Acertadamente, a HBO deixou de lado qualquer entrevero familiar ou corações partidos que tenham acontecido na vida de Temple Grandin – e eles foram muitos – para focar nos momentos chave e na experiência de uma infância e juventude num mundo despreparado para suas necessidades e alienígena ao seu intelecto. Temple assume que não conseguiria ter desenvolvido a maioria de suas teorias não fosse por sua facilidade e sensibilidade ao compreender as relações animais e suas demandas. Logo, a ciência e a Humanidade devem muito a alguém, ou melhor, à soma de diversos fatores que ambas tentaram repelir e cercear em sua gênese.
Ver Claire Danes recriar tal mescla especial de sentimentos e reações de maneira tão genuína é um deleite. Não ficou feia como Charlize Theron, transformou-se totalmente em outra pessoa e permitiu que uma heroína – a seu modo – ganhasse vulto e, mesmo sem necessitar, reconhecimento nacional fora de seu ramo com o Emmy.
É de histórias assim que nosso cinema e nossa TV precisam. Sem fabricar heróis, sem dramatizar desgraças. Apenas lembranças de que bondade, força de vontade e a engenhosidade de algumas pessoas pode mudar o mundo, uma pessoa por vez, contanto que se abram as portas. Boas histórias sempre devem ser contatas e nisso a HBO é craque. Ponto.


8 comentários:

Vivian disse...

Bom dia,leninha!!

Puxa, fiquei comovida só lendo o parecer do filme, imagine assistindo!!!Vou anotar,porque ultimamente está difícil achar um bom filme.Com profundidade!
Concordo plenamente com o final do texto.Nossa teve precisa(desesperadamente!!!!)de bons programas!Que não esmiucem as tragédias,não banalizem a violência...
Beijos!!!
Tudo de bom!

Smareis disse...

Leninha a história parece belíssima. Vou anotar aqui pra mim ver.
Beijos e ótima semana.

Ivani disse...

Oi Leninha querida, como vai?
Minha filha viu esse filme na HBO, na época, e comentou comigo.
Ela achou lindo, comentou muito emocionada que havia assistido a uma grande historia.
E voce como está?
Eu estou com saudade. Essa época de férias é complicada né?
A casa cheia de gente, crianças dando um trabalhão danado, a vovó achando que vai enlouquecer...mas não vai não.
Vai e sentir uma falta danada dessa agitação quando tudo terminar.
Beijos querida, até outro dia.

Mônica disse...

Leninha
Que vontade me deu de assitir ao filme.
Amanha mamae saira do hospital com as Graças de Deus.
com amizade e carinho de Monica
E sepuder avisar a Neia que nao consigo entrar nos comentariosd ela tambem. Hoje chamei um tecnico. Agora consegui ver os comentarios meu, mas os dela ainda nao.
com amizade e carinho de Monica

Angélica Casselli disse...

Olá,
Assisti a esse filme ontem e achei fantástico.
Já havia lido sobre ela, no livro de Oliver Sacks "Um antropólogo em Marte" - Vale a pena, também!
É uma história que vale a pena ser apreciada e a mensagem que fica é "diferente, não menor".
Confiram!

Patricia Galis disse...

Boa dica vou ver!

ValériaC disse...

Oi minha doce Leninha, descobri que tens mais blogs e vim conhecer...um encanto todos eles...nem tinha como ser diferente.
Me perdoe estar comentando este post ao inves do mais recente, é que eu assisti este filme e é realmente maravilhoso, uma lição de vida, de perseverança e superação, da mãe, que sempre acreditou no potencial da filha e especialmente da Temple.O final então, é demaissss, super emocionante.
É verdade querida, a TV infelizmente em sua maioria passa programas de péssima qualidade e de desenformação publica, mas ainda bem que alguns canais passam algo com uma qualidade como a deste filme.
Beijinhos a ti amiga...voltarei...
Valéria

Ivani disse...

Olá Leninha, fiquei feliz com a sua visita!
Bom final de semana querida.
bjs
Ivani