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.Lembrei-me agora de uma interessante crônica de Drummond em que ele dizia assim: “Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os milhares de assuntos. Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos.”
Curiosamente, ao relatar a angústia da falta do que escrever, Drummond elabora um de seus textos mais melancólicos e poéticos, afinal, diz ele, enquanto tentamos dolorosamente fixar o verbo no papel, deixamos de gozar grande parte da vida, pois “lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha”.
Um comentário:
Esses dilemas existenciais são mesmo de deixar a gente na berlinda. Mas os poetas conseguem colocar pra gente como se a gente estivesse dizendo. Fantástico o Drummond! Abraços, Leninha! Paz e bem.
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