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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pablo Neruda - Os Barcos

Como no mercado se botam no saco carvão e cebolas,
álcool, parafina, batatas, cenouras, costelas, azeite, laranjas,
o barco é a vaga desordem onde caíram
melífluas robustas, famintos jogadores, padres, mercadores:
às vezes decidem olhar o oceano que se deteve
como um queijo azul que ameaça com olhos espessos
e o terror do imóvel penetra na face dos passageiros:
cada homem deseja gastar os sapatos, os pés e os ossos,
mover-se em seu terrível infinito até que já não exista.
Termina o perigo, a nave circula na água do círculo,
e longe aparecem as torres de prata de Montevideu.

Pablo Neruda

5 comentários:

manuela barroso disse...

Minha querida,

Mais um post maravilhoso que nos obriga a parar, relendo cada palavra que nos aparece com uma roupagem sempre nova...
Um círculo, um espaço onde tudo tem de caber!
O bom gosto que tão bem sabes partilhar!
Grande abraço, Leninha!

Ivana disse...

Leninha,
Parabéns pela escolha, lindo poema, te desejo um ótimo feriado, bom descanso, bjs

Sandra Puff disse...

Oi, Leninha
Que escolha maravilhosa, amo Pablo Neruda....o homem do mar, dos marinheiros, das ondas, das marés, das mulheres de madeira nas proas dos barcos. Ele é meu poeta preferido por falar de assuntos que adoro....O mar e sua mística.
Um abraço,

Sapatinhos da Dorothy

Luna Sanchez disse...

Tem como não amar Neruda, Leninha?

=D

Beijos!

Fernando Marques disse...

Olá minha querida como vai?

realmente não tem como não amar Neruda! vi outro dia um filme no qual citavam bastante ele o nome do filme era carteiro e o poeta era lindo o filme!

http://wwwmaismoda.blogspot.com

beijos e abraços!