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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

COSME E DAMIÃO

Meus pais moraram na Rua Bento Lisboa, no Catete, RJ e na época de São Cosme e São Damião havia uma verdadeira festa na rua, com as crianças correndo prá lá e prá cá, em busca dos docinhos, distribuídos, com fartura, em várias casas da vizinhança. Meus filhos e meu irmão corriam muito e chegavam em casa com sacolinhas repletas...era uma alegria, inocente e pura, que ficou lá no passado e deixou saudades.

Em uma pesquisa no google, fui encontrar a origem desta distribuição de doces e a história dos santos mártires.

 Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
No Brasil, em 1530, a igreja de Igarassu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos.
No candomblé, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular".
Padroados: Farmacêuticos; Faculdades de Medicina; Barbeiros e Cabeleireiros.
Protege: Orfanatos; Creches; Doceiras; Filhos em casa; Contra hérnia e Contra a peste.
Emblema: caixa com ungüentos, frasco de remédios, folha de palmeira.
Pesquisa: Terra Esotérico
Oração a São Cosme e São Damião
Amados São Cosme e São Damião,
Em nome do Todo-Poderoso
Eu busco em vós a bênção e o amor.
Com a capacidade de renovar e regenerar,
Com o poder de aniquilar qualquer efeito negativo
De causas decorrentes
Do passado e presente,
Imploro pela perfeita reparação
Do meu corpo e
Dos meus filhos
(...............................................)
nome dos filhos
E de minha família.
Agora e sempre,
Desejando que a luz dos santos gêmeos
Esteja em meu coração!
Vitalize meu lar,
A cada dia,
Trazendo-me paz, saúde e tranqüilidade.
Amados São Cosme e Damião,
Eu prometo que,
Alcançando a graça,
Não os esquecerei jamais!
Assim seja,
Salve São Cosme e Damião,
Amém!
[Ao alcançar a graça, fazer um bolo ou oferecer uma festa às crianças de rua, orfanatos ou creches.]
Revisão: Anna Eliza Fürich

sábado, 22 de setembro de 2012

PRIMAVERA/ FLORBELA ESPANCA

É Primavera agora, meu Amor ! O campo despe a veste de estamenha; Não há árvore nenhuma que não tenha O coração aberto, todo em flor ! Ah ! Deixa-te vagar, calmo, ao sabor Da vida... não há bem que nos não venha Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha ! Não há bem que não possa ser melhor ! Também despi meu triste burel pardo, E agora cheiro a rosmaninho e a nardo E ando agora tonta, à tua espera... Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos ... Parecem um rosal"! Vem desprendê-los ! Meu Amor, meu Amor, é Primavera ! ...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

NOTÍCIAS DE MILTON

 ATENÇÃO!!!
 
ESTE GRUPO É DE BARBACENA! MINAS GERAIS!!!
 
20/09/2012 - 05h51

Milton Nascimento sobe ao palco como ator em São Paulo

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GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Milton Nascimento disfarçou o choro na estreia de "Milton Nascimento Nada Será como Antes - O Musical", novo trabalho de Charles Möeller e Claudio Botelho, em cartaz no Rio.
Em "Ser Minas Tão Gerais", se for o caso, não vai ter como disfarçar, já que estará em cena. Além de cantar, o artista atuará neste musical. Criado há uma década pela trupe mineira Ponto de Partida, o espetáculo será apresentado na semana que vem no Teatro Alfa para divulgar o lançamento da edição comemorativa de seu DVD.
Em 2012, Milton celebra 50 anos de carreira e 70 de vida. O clima das apresentações é de homenagem para os envolvidos no musical, com exceção do próprio músico.
"Vejo este espetáculo como um presente para qualquer hora da minha vida", diz.
Milton divide a cena com os integrantes do grupo de teatro, 40 crianças do coro Meninos de Araçuaí (MG) e uma banda de cinco músicos.

Divulgação
Milton Nascimento (à esq.) em cena de "Ser Minas Tão Gerais"
Milton Nascimento (à esq.) em cena de "Ser Minas Tão Gerais"
Conta que se encantou com o projeto antes mesmo de receber o convite. "Não estavam com coragem de me chamar. Pensaram que eu fosse morrer de rir com o convite. Nem imaginavam que eu poderia morrer de rir de alegria."
O espetáculo visita a música de Milton e a poesia de Carlos Drummond de Andrade.
A trilha privilegia canções menos conhecidas do artista, amalgamadas pelo tema da negritude. "É um recorte diferente da obra do Milton. Não tem nada muito comum, mas 'Coração Civil', 'Raça' e 'Os Tambores de Minas', entre outras canções", diz a dramaturga Regina Bertola.
A trama se inspira no mito Milton Nascimento. Conta a história de um homem oriundo de uma pequena cidade de Minas Gerais. Quando menino, ele engoliu um ovo de curió, que virou passarinho e fez morada na garganta do cantor. Todo o povoado espera o retorno deste personagem. Acreditam que sua chegada iluminará a cidade.
A abertura de Milton ao musical surpreendeu. No primeiro dia de ensaio, o cantor já fez questão de se misturar aos seus companheiros de cena. "Vi que tinha uma cadeira na frente do palco e que os meninos ficariam no fundo. Levei a cadeira para traz e me sentei ao lado deles", conta.
Bertola enganou-se ao imaginar que Milton estaria em cena somente em momentos pontuais, cantando. Segundo conta, o artista não quis sair do palco e acabou improvisando falas que foram incorporadas à dramaturgia.
"Dei um jeito de participar do espetáculo inteiro", brinca o cantor.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Oração do Pássaro
(Frei Beto)

Senhor, tornai-me louco, irremediavelmente louco Como os poetas sem palavras para os seus poemas, As mulheres possuídas pelo amor proibido, Os suicidas repletos de coragem perante o medo de viver, Os amantes que fazem do corpo a explosão da alma. Dai-me, Senhor, o dom fascinante da loucura Impregnado na face miserável do pobre de Assis. Contido nos filmes dionisíacos de Fellini, Resplandecente nas telas policrômicas de Van Gogh, Presente na luta inglória de Lampião. Quero a loucura explosiva, sem a amargura Da razão ética das pessoas saciadas à noite pela TV, Da satisfação dos funcionários fabricantes de relatórios, Dos deveres dos padres vazios de amor, Dos discursos políticos cegos ao futuro. Fazei de mim, Senhor, um louco Embriagado pelo vosso amor, Marginalizado do rol dos homens sérios, Para poder aprender a ciência do povo Em núpcias com a Cruz que só a Fé entende Como um louco a outro louco.

sábado, 15 de setembro de 2012

Um pouco da Kabbalah/ Karen Berg

Um novo começo Quinta-feira, 13 de setembro de 2012 Agora, mais do que nunca, as pessoas estão lutando por um propósito espiritual: o de serem seres humanos melhores. Mas para aqueles de nós que já estão num caminho espiritual em que se conectam, rezam, e fazem boas ações pelos outros, é mais difícil encontrar exatamente o que precisa ser mudado e a forma de alcançar o próximo nível. Algumas vezes, as pessoas já espiritualizadas dizem: "Eu não entendo. Como ainda não cheguei 'lá'?" Ficamos frustrados. Sentimos que estamos ficando para trás quando deveríamos estar dez passos à frente. Mas quem foi que disse que deveríamos estar 'lá'? Um dos aspectos que precisamos trabalhar, mesmo quando já nos tornamos espiritualizados, é não pensar em atalhos até os Céus. Um caminho espiritual nem sempre te levará diretamente para cima. Os testes espirituais que precisamos encontrar e superar para crescer podem ser muito mais difíceis e complicados. Ninguém se torna um justo do dia para a noite. É um trabalho difícil, de fato, porque incluso no estudo da Kabbalah está também o trabalho de ser capaz de encarar a si mesmo. Muitas vezes, gostamos de apontar o dedo para o que há de errado com os nossos colegas, nossos cônjuges ou o próximo. Porém, o que realmente devemos lembrar é de que enquanto apontamos um dedo, outros quatro apontam de volta para nós. Uma das formas de acelerar o processo é procurar pelas emoções negativas que destroem as nossas vidas. Já mencionei isso muitas vezes: qual é o castigo para a inveja? Mais inveja. Sentir inveja é ter este tipo de consciência: "O que é meu, não interessa. Nunca serei feliz com isso." Inveja é a incapacidade de apreciar o que temos. Qualquer emoção negativa, assim como a inveja, é como um câncer. A emoção negativa em si é uma doença! Mas não existe cura externa para a maldade ou o ódio. É necessária uma mudança interna. Se conseguirmos compreender este conceito e aplicá-lo em todos os tipos de emoções negativas que tivermos, então, podemos começar a construir uma unidade de espírito em nós mesmos. Para tudo aquilo que queremos em nossas vidas, precisamos começar no nível de semente e construir com a raiz da honestidade e da força. Podemos cultivar uma árvore linda se plantarmos a semente certa. Estamos em um momento em que todos nós temos a possibilidade de fazer uma mudança interna: primeiramente, devemos determinar as coisas que precisamos mudar e depois, retirar de nosso banco energético tudo o que for necessário para manifestar essa mudança. Isso vai exigir uma grande busca pela alma e pela conexão espiritual. Mas é através dessa busca que seremos tocados e guiados – não por um professor que fica diante de nós dizendo o que deveríamos fazer, mas pela Luz que obtemos do trabalho que fazemos e pelas medidas que tomamos para construir a espiritualidade em nós e nos outros. Essa Luz, com toda certeza, nos levará onde desejamos chegar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PENSAR É TRANSGREDIR

PENSAR É TRANSGREDIR

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

(DOC) Maria Bethânia do Brasil - Legendado - Parte 07

Filme belíssimo...vi ontem no GNT e voltei no tempo...me revi mocinha ainda no Rio de Janeiro,indo ao Teatro Opinião ver Bethânia cantar e, ao voltar para a fazenda, em estado de graça, comentar com as amigas sobre a beleza da voz desta baiana arretada, sobre o seu jeito natural de cantar com os pés descalços, sobre o seu carisma incrível que nos deixava a todos reféns de sua interpretação divina.Tempos que não voltam mais e que este filme resgatou com perfeição.
Aconselho a todos, fãs e não fãs(existem?) de Bethânia, recomendo  entusiasticamente , como ardente e sagitariana fã , desta que, para mim ,é um ícone da nossa música popular brasileira.

sábado, 1 de setembro de 2012

Homenagem à Tarsila



Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.

Operários
Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.
Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.
Nos anos 50 volta ao tema “pau brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.
Estamos em São Paulo, no longínquo ano de 1917, no bem instalado ateliê do pintor Pedro Alexandrino Borges, outrora paisagista, mas que, neste instante, se dedica a pintar quase que tão somente naturezas-mortas.
Foi seu professor, Almeida Júnior, que lhe desviou os passos, quando, ao ver um quadro com frutas e flores, que o aluno acabara de pintar, disse-lhe impressionado: «Não pinta senão isso. É a tua arte.»

Abaporu
Não se sabe se o conselho foi ajuizado, mas o certo é que, desde então, esse passou a ser o gênero preferido do pintor, que agora encontramos, em 1917, já sexagenário. E não só pintava naturezas-mortas, como também era o que ensinava aos alunos, com rédea curta, dentro dos cânones da arte acadêmica, sem permitir-lhes qualquer desvio ou experiência com os novos estilos que faziam furor na Europa e, de maneira ainda incipiente, começavam a chegar ao Brasil.
Ao seu lado se acha a mais nova aluna, nova nas artes, pois iniciava seu aprendizado já com 31 anos, idade em que muitos outros já tinham galgado o patamar da fama. Mas Tarsila – pois é dela que estamos falando – era uma aluna aplicada e mostrava bastante aptidão, animando o mestre, que esperava fazê-la uma artista razoável no gênero.

Encontro com o destino

A porta se abre e entra outra jovem, aparentemente da mesma idade mas, pelo diálogo que mantêm com o mestre, percebe-se que a recém-chegada tem um apreciável desenvolvimento, demonstrando bastante familiaridade com a arte. Não buscava as primeiras noções, nem um aperfeiçoamento artístico: Ferida com recentes experiências, punha de lado a arte que sabia fazer, para, no mais velho estilo, aprender a pintar também, naturezas-mortas.
As duas jovens se apresentam, uma à outra, e desenvolvem animada conversação, tão à vontade que, quem as visse, pensaria tratar-se de amigas da infância. Inicia-se naquele momento uma longa, dedicada e proveitosa amizade entre Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, uma amizade em que as duas se apoiam, uma à outra, e se complementam.
Tarsila, três anos mais velha e segura de si, foi o esteio de Anita, que era tímida e se achava numa fase de total desorientação, após as críticas que recebera em sua exposição modernista. Anita, por sua vez, artista experiente, deu a Tarsila o impulso de que necessitava. A partir daquele instante, uma e outra, cada uma por seu estilo próprio, se preparavam para alçar vôo e conquistar uma fama longa e duradoura.

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Tarsila do Amaral





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